data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto:Renan Mattos (Diário)
Não é a primeira vez que Valquíria aparece em uma matéria do Diário. Em 2017, ela virou notícia ao contar que não acreditava em Natal. Daquela vez, o Diário percorreu ruas em pleno período natalino para, a partir de uma mensagem visual fixada nas casas - as populares guirlandas - ouvir relatos sobre o sentido da data por trás de cada porta. A história de Valquíria é uma das que contamos nesta reportagem especial que mostra como a solidariedade transforma a vida das pessoas.
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Na casa de Valquíria D'Ávila da Silva, no Bairro Nova Santa Marta, o adereço só estava presente porque uma das filhas havia ganhado de presente de um tio. Mas, para a mãe, que à época improvisava o telhado furado com papelões e só tinha batatinhas para oferecer às crianças durante a "ceia do dia 25 de dezembro", o Natal não existia. Junto de outros relatos, a história de Valquíria foi publicada e, em menos de 24 horas, teve gente de vários cantos de Santa Maria que se mobilizou para ajudar a família. Não houve campanha, apelo ou pedido de doações. A imagem da mãe e suas filhas despertou a solidariedade em dezenas de pessoas que leram o que ela tinha para contar.
- Quando que eu ia imaginar que aquela guirlanda iria virar um Natal de verdade? Eu estava falando como o enfeite foi parar na porta. O jornal veio em um dia e, no outro, apareceu um monte de pessoas dar comida e boneca para as gurias. Até panetone ganhei. Eu não acreditava em Natal, mas minhas filhas, sim. Só que, naquele momento, eu não tinha nada para dar.
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Valquíria, 30 anos, que em 2017 era mãe de Érica, Mariza, Amanda, Gisele, Emanuele, hoje tem um sexto filho, Cristiano Ronaldo, de quatro meses. Uma irmã que vivia em Uruguaiana mudou-se para a mesma residência junto de um casal de filhos. Ela segue no mesmo endereço e sobrevive de materiais recicláveis e da renda do programa Bolsa Família. A casa ainda reflete as intempéries do tempo.Desta vez, o único quarto da casa teve parte da parede arrancada durante uma tempestade. Por lá, tem sido difícil dormir em dias de chuva ou vento forte. Ainda assim, Valquíria diz que algo mudou e que a cada dia depois daquele dezembro de 2017 valoriza cada gesto recebido:
- Eu me senti "enxergada". Tem gente que até hoje vem aqui. Tem um senhor que todo ano aparece com presentes, e eu retribuo com agradecimento, que é o que tenho a obrigação de fazer, além de desejar que Deus nunca deixe faltar a ele e quem ajuda. Mas sempre digo que não adianta a pessoa ajudar e não poder dar aquele abraço, pois isso vale muito também. E eu sempre quis agradecer olhando nos olhos.
style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto:Renan Mattos (Diário)